Nesta segunda-feira (28), parte da Europa — especialmente Portugal e Espanha — ficou completamente no escuro. Um apagão de grandes proporções paralisou a rotina de diversos países, obrigando o fechamento de lojas, suspensão de serviços essenciais e redobrando os cuidados no trânsito até o restabelecimento da energia.
O apagão teve início por volta das 11h30 (horário local), e aos poucos a dimensão do problema se tornou evidente. Inicialmente, os relatos indicavam falhas na distribuição de energia em Portugal e Espanha, mas logo ficou claro que outras regiões do continente também estavam sendo afetadas.
Quais foram os efeitos imediatos do apagão?
O trânsito foi um dos primeiros sinais visíveis da crise: semáforos e demais equipamentos elétricos deixaram de funcionar, obrigando motoristas a redobrarem a atenção, principalmente em cruzamentos. A polícia portuguesa (PSP) precisou deslocar agentes para controlar o tráfego nas principais vias.

O Metropolitano de Lisboa (metrô) também foi interrompido. Passageiros ficaram presos nos trens e precisaram ser evacuados para as estações mais próximas, em uma operação que exigiu apoio das autoridades, segundo relatou Marçal Oliveira, brasileiro residente em Portugal ouvido pela CNN Brasil.
Hospitais e unidades de atendimento reduziram suas atividades programadas para poupar energia. Centros de saúde elaboraram estratégias alternativas para conservar vacinas e medicamentos, conforme reportou o jornal Público.
Nos aeroportos, os processos de check-in voltaram a ser feitos manualmente, e os embarques foram realizados em papel. Centenas de voos foram cancelados, e alimentos e água foram distribuídos aos passageiros que precisariam passar a noite nos terminais.
A EPAL, empresa responsável pelo fornecimento de água em Portugal, alertou que o serviço poderia ser interrompido caso a energia não retornasse. As autoridades recomendaram o consumo moderado, priorizando usos essenciais.

Os serviços de telecomunicação também foram atingidos. Empresas como Meo, Vodafone e Nos relataram falhas nas redes em várias regiões, dificultando o uso de internet e chamadas telefônicas.
Moradores adotaram ações de emergência
Lukas Azevedo, brasileiro residente em Portugal ouvido pelo TecMundo, relatou que ficou sem internet instantes após o início do apagão, perdendo completamente a conexão até a energia retornar.
Para se manter informado, precisou recorrer a um rádio de pilha. As informações iniciais eram escassas, e a previsão de que a energia poderia levar até uma semana para ser restabelecida levou Lukas e sua família a adotarem medidas de emergência.
Eles estocaram alimentos perecíveis e não perecíveis, encheram recipientes com água, compraram velas, lanternas, pilhas e até um painel solar para carregar dispositivos portáteis. Também sacaram dinheiro em caixas eletrônicos, prevendo que cartões e pagamentos digitais poderiam deixar de funcionar.

Os reflexos do apagão eram visíveis nos postos de combustível: filas se formaram nos poucos que ainda operavam. Supermercados abriram por pouco tempo, e uma corrida por itens essenciais esvaziou prateleiras antes que o fornecimento de energia os obrigasse a encerrar as atividades.
Os efeitos do susto
Segundo as fornecedoras E-Redes e REN, o fornecimento de energia já foi completamente restabelecido em Portugal. Ainda assim, o evento serviu como alerta para Lukas, que pretende se preparar melhor para situações como essa.
Agora, com os serviços normalizados, ele planeja ampliar seu estoque de alimentos, investir em geração de energia doméstica e adquirir um fogão a gás portátil.
Nas redes sociais, Lukas demonstrou preocupação com futuras quedas de energia. Apesar de não haver alertas oficiais sobre novas falhas, o temor permanece entre muitos moradores.
O que causou o apagão na Europa?
A hipótese de um ciberataque foi inicialmente considerada, mas descartada pelo Centro Nacional de Cibersegurança e pela vice-presidente da Comissão Europeia, Teresa Ribera. A energia foi restaurada em poucas horas, junto com os serviços de internet e telefonia.
Na madrugada desta terça-feira (29), a empresa espanhola REE informou que 99,16% da demanda de eletricidade havia sido retomada. Em Portugal, o fornecimento foi completamente restaurado.

A causa do apagão, no entanto, ainda está em investigação. Autoridades portuguesas sugerem que o problema se originou na Espanha, devido à interconexão das redes elétricas. Os espanhóis, por sua vez, alegam que a falha começou na França.
Rumores também apontam uma possível sabotagem. O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, afirmou que discutiu o caso com o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte. Segundo Sánchez, a Espanha perdeu 15 GW de geração elétrica em apenas 5 segundos — o equivalente a 60% da demanda nacional.
Outra hipótese sugere que o apagão foi causado por um fenômeno atmosférico raro. Uma variação extrema de temperatura no interior da Espanha teria causado oscilações em linhas de alta tensão (400 kV), um fenômeno conhecido como “vibração atmosférica reduzida”. Isso teria provocado uma falha de sincronização nos sistemas elétricos europeus, mergulhando vários países no escuro.
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FONTE:TECMUNDO
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